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Com perspectiva de queda entre 5% e 6% das vendas de implementos rodoviários em 2014 sobre o desempenho do ano passado, a Anfir, associação que reúne as fabricantes do setor, espera pelo programa nacional de renovação de frota de caminhões, cujo projeto aguarda publicação por parte do governo. Para o presidente da entidade, Alcides Braga, este é único fator que pode reverter a estimativa negativa prevista para o ano no setor.
“A Anfir participa do diálogo junto à Anfavea com o governo para implantar o programa nacional de renovação de frota. Há desafios diversos, como a maneira de sustentar e subsidiar a renovação. Se acontecer, será sem dúvida um alento importante para o setor de implementos rodoviários e que pode mudar o cenário que prevemos para o ano”, afirma Braga durante a assembleia anual da Anfir realizada na terça-feira (15), em São Paulo.
Entregue ao MDIC - Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior - em novembro do ano passado (leia aqui), o programa nacional de renovação de frota de caminhões foi elaborado pela primeira vez em conjunto, por dez entidades, entre fabricantes, distribuidores, fornecedores, sindicados e outras instituições ligadas ao setor. Tem como objetivo inicial a substituição de aproximadamente 30 mil unidades por ano durante dez anos.
Em fevereiro, o presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou ter recebido do governo sinalizações a respeito do programa: na ocasião, disse que seria publicado até o fim de março. Ainda não há informações oficiais sobre um prazo para sua publicação, mas fontes do setor apontam que deve sair até o fim deste primeiro semestre.
Desafios à vista
O setor de implementos amarga queda de 8,42% dos emplacamentos acumulados do ano em comparação com igual período do ano passado, para 42.199 unidades, considerando os dados atualizados até 13 de abril. O setor de pesados – reboques e semirreboques – representa a maior retração, de 9,4%, para 15,9 mil unidades, enquanto o segmento de leves – carrocerias sobre chassis – reduziu os licenciamentos em 7,8%, para 26,2 mil.
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Braga explica que após o término do primeiro trimestre, mesmo com a simplificação do Finame PSI, as vendas ainda não recuperaram o ritmo. Os licenciamentos menores registrados no início deste ano são explicados por dois fatores: as vendas acumuladas entre novembro e dezembro de 2013 e que foram finalizadas entre janeiro e fevereiro, dando a este primeiro bimestre a impressão de que havia demanda no mercado. Com o fechamento de março, que teve menos dias úteis por causa do carnaval, os negócios realizados no período não foram suficientes para alcançar o mesmo volume do ano passado.
“Soma-se a isso o atraso da regulamentação da nova taxa do Finame PSI, liberada só no fim de janeiro, gerando uma reação de atraso em cadeia. Há cerca de um mês, tínhamos algo como 4 mil semirreboques parados esperando liberação do BNDES”, revela.
Com este cenário, o executivo diz que parte dos associados à Anfir já reduziram o ritmo de produção nas fábricas. Ele acrescenta que ao longo do ano fatores como a estimativa positiva sobre a safra, a liberação das parcerias público-privadas (PPPs) nas obras de infraestrutura e a manutenção do nível de empregos devem ajudar a manter a economia brasileira nos próximos meses. Por outro lado, elementos como a mudança de percepção geral dos clientes com relação ao ambiente político (considerando CPIs, eleições entre outros) podem influenciar de forma negativa, atrasando investimentos tanto no segmento pesado como em leves.
Para 2015, Braga adianta: “É precipitado traçar qualquer previsão, porque independentemente de quem assumir ou reassumir o governo, será um ano de pagar as contas, arrumar a casa. Assim, como 2014, será um ano miúdo que deveremos tratar tudo com muito cuidado. Deveremos sim, como associação, manter contato com as autoridades, mas é certo que vai ter que haver investimento para rodar a economia”, conclui.
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