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O governo do Reino Unido anunciou o lançamento de uma parceria com o Brasil que deverá injetar cerca de R$ 200 milhões em projetos colaborativos de pesquisa científica e inovação tecnológica no País pelos próximos três anos.
Metade desse dinheiro virá de um fundo criado no início deste mês pelo governo britânico, no valor de $375 milhões de libras esterlinas (cerca de R$ 1,4 bilhão), dedicado a apoiar o desenvolvimento de países emergentes por meio de investimentos em ciência e tecnologia. A outra metade virá de agências de fomento brasileiras, que se comprometeram a dar uma contrapartida de igual valor a cada libra investida no País.
Quinze nações emergentes serão beneficiadas pelo fundo britânico, batizado de Fundo Newton, incluindo China, Índia e África do Sul. O Brasil receberá $27 milhões de libras (cerca de R$ 100 milhões), divididos em três parcelas anuais de $9 milhões de libras (R$ 33 milhões) cada.
Por enquanto, apenas um terço da contrapartida brasileira está garantida, graças a uma parceria com o Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), que se comprometeu a investir "no mínimo" $3 milhões de libras (R$ 11 milhões) por ano nos próximos três anos. Os outros dois terços estão sendo negociados com agências de fomento federais e outros eventuais parceiros.
"Mais importante do que o dinheiro investido são as parcerias que isso gerar", disse ao Estado o presidente da Confap, Sergio Luiz Gargioni. Todos os projetos submetidos ao fundo deverão ser desenvolvidos em parceria por pesquisadores e/ou empresas do Brasil e do Reino Unido. A expectativa é que a primeira chamada para submissão de propostas seja lançada nos próximos dois meses. Os recursos poderão ser usados tanto para bolsas quanto para projetos de pesquisa acadêmica ou de inovação tecnológica na indústria.
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Prioridades
Ainda que seja uma parceria com investimentos iguais dos dois lados, o objetivo, segundo representantes do Consulado-Geral Britânico em São Paulo, é beneficiar o Brasil, e os projetos deverão ser voltados para a solução de problemas brasileiros. Os grandes temas de pesquisa selecionados para o programa são segurança alimentar, transformação urbana, bioeconomia e doenças negligenciadas.
"O Reino Unido é um líder mundial na colaboração no campo de pesquisa científica internacional e vê muitos ganhos em parcerias com países como o Brasil, que tem demonstrado um avanço acelerado no investimento em ciência e inovação e está posicionado para ser uma das potências científicas do futuro", afirmou, em nota divulgada pelo consulado, o ministro das Finanças do Reino Unido, George Osborne, que participou de um evento de celebração do acordo com o Brasil na Universidade de São Paulo (USP) hoje de manhã.
Além de Gargioni, representando as Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (FAPs), participaram do evento o reitor da USP, Marco Antonio Zago, e os presidentes do CNPq, Glaucius Oliva, e da Capes, Jorge Guimarães.
Internacionalização
A parceria com o Reino Unido deverá ajudar a reduzir uma das principais limitações do desenvolvimento científico-tecnológico do Brasil, que é a baixa internacionalização de suas pesquisas - algo que afeta diretamente a qualidade e o impacto da ciência produzida no País, assim como a posição das universidades brasileiras nos rankings internacionais.
"Temos uma clara visão de que parcerias internacionais ajudam a melhoram a qualidade dos nossos projetos de pesquisa", disse ao Estado o presidente da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), Diogo Simões. "A participação das FAPs nessa iniciativa será muito importante para descentralizar os investimentos do fundo. É uma missão estratégica para nós aumentar esse nível de cooperação."
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