Albras é exceção e cresce em meio aos cortes de produção

Albras é exceção e cresce em meio aos cortes de produção

Em mais uma evidência de que o momento está difícil para a indústria brasileira do alumínio, dados dos produtores do metal primário no país mostram que apenas um deles, a Albras, não reduziu sua produção no ano passado. Segundo números obtidos no site da Associação Brasileira do Alumínio (Abal), a queda no ano ficou em 9,2%, mas os índices variaram muito quando analisadas cada uma das grandes fabricantes. Em peso, o Brasil produziu 132 mil toneladas a menos em 2013.

A Albras foi a exceção com um leve aumento de 1,3% em sua producao de alumínio primário no ano passado, segundo a Abal. Detida pela Norsk Hydro (51%) e Nippon Amazon Aluminium Company (49%), a Albras produziu 452 mil toneladas em Barcarena (PA).

O desempenho da empresa ajudou a impedir uma queda maior do resultado total do país. De qualquer forma, o Brasil deixou de produzir, em metal primário, o volume que consome. Sem considerar outras formas de suprimento, como a sucata e metal importado, o país virou deficitário em cerca de 160 mil toneladas, já que o consumo ficou próximo de 1,46 milhão de toneladas, ante uma produção de 1,3 milhão do metal primário. Neste ano, a diferença deve ser ainda maior. A demanda pelos produtos de alumínio (chapas, folhas, fios, cabos e perfis) deverá crescer cerca de 5%, na previsão da Abal, enquanto a produção do metal deve ficar ainda menor, já que a maioria dos cortes começou a partir da metade de 2013.

A Abal preferiu não se pronunciar sobre os dados de 2013.

A Alcoa, que anunciou seus cortes em agosto, produziu 69 mil toneladas em Poços de Caldas (MG), 19% abaixo do volume de 2012. A redução mais expressiva, em volume, foi o do consórcio da Alumar, em São Luis (MA). Operada pela Alcoa e pela BHP Billiton, a empresa teve uma queda de 63 mil toneladas em relação a 2012, para 339 mil toneladas. Já a Votorantim Metais aproveitou para vender energia no mercado ao reduzir sua produção em 9%, para 414 mil toneladas (87% da capacidade). A Novelis reduziu em 37% seu volume no, totalizando 29 mil toneladas.


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Os últimos meses têm sido difíceis para as empresas de alumínio primário por causa da queda do preço do metal na bolsa de Londres (LME) e, particularmente no Brasil, em razão do elevado custo da energia para atividade industrial. Além de forçar os cortes nas empresas, a situação afasta ou adia investimentos inclusive em outras partes da cadeia produtiva, como a de alumina.

O momento da indústria brasileira do alumínio será tema de debates entre empresários e associações do setor na próxima semana, de 1º a 3 de abril, na 5ª Expoalumínio, em São Paulo. O evento terá painéis para discutir suprimento de sucata, de reciclagem e o mercado de transformados, em que a maior queixa é a competição dos importados. E inclui o 6º Congresso Internacional do Alumínio e o 12º Seminário Internacional de Reciclagem do Alumínio.


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