Brasil e China discutem cooperação em nanotecnologia

Parceria binacional deve apoiar projetos com aplicação em agroindústria, meio ambiente e saúde.

Especialistas brasileiros e chineses irão debater as próximas ações do Centro Brasil-China de Pesquisa e Inovação em Nanotecnologia (CBC-Nano) em um seminário a ser realizado no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), em Campinas (SP), de 25 a 27 de março. A parceria binacional deve apoiar projetos com aplicação em agroindústria, meio ambiente e saúde.

“A ideia do CBC-Nano é dar ao Brasil condições de realmente estabelecer uma cooperação de longo prazo em nanotecnologia com a China, a exemplo do que vendo sendo o programa Cbers [Satélite Sino-Brasileiro de Recursos Terrestres, na sigla em inglês], que funciona há 25 anos e tem excelentes resultados”, avalia o coordenador-geral de Micro e Nanotecnologias do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), Flávio Plentz.

Organizado pelo MCTI em parceria com o Laboratório Nacional de Nanotecnologia (LNNano/CNPEM), o evento inicia uma série de encontros que deve alternar de país a cada ano. Nesta primeira edição, os debates abordam os temas apoiados pela chamada pública lançada em novembro de 2013, cujos projetos binacionais devem ser escolhidos durante o próprio evento. A partir das discussões, um novo edital pode ser proposto.

A chamada pública vigente conta com R$ 3 milhões de cada país e, pelo lado brasileiro, destina-se a projetos das unidades estratégicas e associadas do Sistema Nacional de Laboratórios em Nanotecnologias (Sisnano) e dos Institutos Nacionais de Ciência e Tecnologia (INCTs) com atuação na área.

Desenvolvimento tecnológico

A programação do seminário divide-se em quatro painéis temáticos: nanodispositivos e sensores para aplicações ambientais, alimentares, de saúde e agroindustriais; nanomedicina, nanotoxicologia e aplicações médicas e farmacológicas de nanopartículas; materiais avançados para remediação, descontaminação e aplicações ambientais; e nanofabricação, nanoprocessamento, caracterização e análise de nanocompósitos.


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“Embora sejam países com muitas diferenças de cultura e escala, Brasil e China têm muita similaridade nos desafios sociais que enfrentam”, destaca Plentz. “Esses problemas em comum exigem respostas e soluções que podem vir da nanotecnologia, para melhorar essencialmente a qualidade de vida de suas populações e promover a prosperidade econômica dos países, e a ideia é que elas sejam desenvolvidas dentro de projetos fomentados pelo CBC-Nano.”

Participam das discussões pesquisadores do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene/MCTI), do Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF/MCTI), do Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (Ipen), do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), do LNNano e de diversas universidades. Pelo lado chinês, há representantes dos centros nacionais para Nanociência e Tecnologia (NCNST), de Pequim, e de Pesquisa em Engenharia para Nanotecnologia (NERCN), de Xangai.

Instituído em fevereiro de 2012, por meio de portaria, o CBC-Nano foi simbolicamente inaugurado em agosto daquele ano, durante encontro entre os então ministros Marco Antonio Raupp e Wan Gang. No mês seguinte, pesquisadores brasileiros estiveram no país asiático para tratar de iniciativas em nanotecnologia.


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