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A ThyssenKrupp inicia na terça-feira (18), a construção de sua mais nova fábrica dedicada ao segmento automotivo brasileiro. Com investimento de R$ 100 milhões, a Valvetrain, unidade em Poços de Caldas (MG), produzirá a partir de 2015 eixos de comando de válvula integrados diretamente ao cabeçote. Pronta no fim de 2014, a planta deverá produzir anualmente mais de 1 milhão de módulos e gerará, ainda na primeira fase, 170 empregos diretos.
Em entrevista a Automotive Business, Michael Hollermann, presidente da ThyssenKrupp no Brasil, contou que o novo processo produtivo é inédito no País e é fruto de patente mundial da empresa. “A crescente demanda por motores de alta potência, baixo atrito e máxima rigidez dos componentes vêm desempenhando um papel fundamental no desenvolvimento de novas tecnologias automotivas. Amplamente difundido na Europa, este novo processo chega agora ao Brasil oferecendo vantagens de custo e peso em relação ao modelo tradicional.”
Com o eixo de comando de válvula montado diretamente na tampa do cabeçote do cilindro, os clientes - as montadoras - vão comprar um módulo completo, em vez de peças individuais. Segundo Hollermann, “o conjunto integrado é 30% a 40% mais leve e é mais simples de ser montado no powertrain. Além disso, apresenta melhores condições de lubrificação, ajudando na diminuição do consumo de combustível e reduzindo as emissões de gás carbônico na atmosfera.”
O conjunto, feito com alumínio e mistura de aços, será fornecido em princípio a apenas uma montadora de veículos leves, “segmento mais interessado na redução do peso e do consumo de seus motores”, comenta Hollermann. O executivo não revela o nome da empresa por causa do sigilo exigido pelo contrato. Mas pelo alto volume de 1 milhão de unidades, é possível concluir que o cliente é a Fiat ou Volkswagen. Esta última, inclusive, renova a sua gama de motores no País.
A ThyssenKrupp pretende fechar novos negócios no ano que vem e garante que a fábrica tem espaço para crescer. Em uma segunda fase há chances de atender fabricantes de caminhões. “Ainda demorará um pouco, em torno de cinco anos, porque a tecnologia para pesados, em grande parte, é trazida de fora do Brasil”, afirma Hollermann. Segundo o executivo, a ideia é aumentar o índice de nacionalização do conjunto, mas desde que o câmbio favoreça. Na primeira fase de fabricação, a tampa do cabeçote será feita com matéria-prima brasileira.
No total, a ThyssenKrupp investiu cerca de € 350 milhões em novas instalações de produção para o setor automotivo nos últimos 12 meses em todo o mundo. A nova fábrica brasileira para módulos integrados já é a quarta do grupo para este produto específico. A empresa iniciou a fabricação dos módulos em Dalian (China) e Ilsenburg (Alemanha) este ano, enquanto outra fábrica em Changzhou (China) entrará em operação no início de 2015.
Poços de Caldas, que fica no sul de Minas Gerais, entre as cidades de São Paulo, Campinas e Belo Horizonte, foi escolhida para receber a nova unidade brasileira por causa de seu acesso logístico privilegiado, infraestrutura e disponibilidade da mão de obra qualificada. Minas Gerais é hoje um dos estados mais relevantes para a ThyssenKrupp no Brasil, que possui outras duas unidades de produção nas cidades mineiras de Ibirité e Santa Luzia.
"A construção da nossa nova fábrica de eixos de comando de válvula integrados na tampa de cabeçote faz parte da nossa estratégia de crescimento global como fornecedor de componentes de alta performance para a indústria automotiva. Nós estamos acompanhando nossos clientes nos mercados em crescimento e desempenhando um papel ativo no desenvolvimento de soluções que tornem os veículos mais leves, econômicos e eficientes", declarou em nota Karsten Kroos, CEO da área de tecnologias de componentes da ThyssenKrupp.
Atualmente, mais de 100 milhões de veículos no mundo são equipados com eixos de comando de válvula integrados da ThyssenKrupp. No Brasil, a empresa calcula que nove em cada dez veículos produzidos são equipados com seus componentes. Por aqui, são 4 mil empregados apenas para atender o setor automotivo.
Por Camila Franco/ Automotive Business
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