Depois de encerrar 2013 em alta, a venda de caminhões estacionou no início deste ano. As empresas aguardam a regulamentação do Programa de Sustentação do Investimento (PSI), que oferece condições especiais de financiamento pelo Finame/BNDES. Em dezembro o ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou que o pacote de incentivos ofereceria taxas de juros de 6% ao ano.
O problema afeta ainda as vendas de ônibus, implementos rodoviários e máquinas agrícolas, segmentos que também são beneficiados pelo PSI. “Claro que as negociações continuam acontecendo, muitos clientes já fecharam negócio, mas ainda aguardam financiamento para concretizar a compra”, explica Carlos Reis, sócio sênior da Carcon Automotive.
Procurado por Automotive Business o Ministério da Fazenda garantiu que a portaria sairá o mais rápido possível. Sem se comprometer com prazos ou entrar em detalhes, a assessoria de imprensa apontou apenas que a demora acontece porque “o Tesouro aguarda a tramitação final dentro dos canais competentes para a publicação da norma”.
Reis conta que algumas empresas trabalham com a possibilidade de que a legislação só saia em meados de fevereiro. Se isso acontecer, janeiro, que é tradicionalmente um mês mais fraco para vendas, trará queda ainda mais profunda. Sem o Finame PSI, os emplacamentos ficarão concentrados em caminhões leves, que não dependem tanto deste tipo de financiamento.
“Depois de regulamentado o processo de liberação do crédito leva de um mês a um mês e meio. Com isso, o efeito no mercado será sentido apenas em abril, com forte impacto nas vendas do primeiro trimestre do ano”, explica. O consultor acredita que a lentidão possa causar queda de cerca de 8,5% nos emplacamentos entre janeiro e março de 2013 na comparação com igual período de 2012.
Por Giovanna Riato/ Automotive Business