A produção brasileira de autoveículos em 2013 superou pela primeira vez na história a barreira dos 3,5 milhões de unidades – mesmo sem contar com o desempenho do último mês do ano. As informações são da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, Anfavea, e foram divulgadas na quinta-feira, 5, em São Paulo, SP.
O acumulado do ano aponta crescimento de 11,8% ao se comparar as 3,5 milhões de unidades de 2013 com as 3,1 milhões do ano anterior. O resultado dos onze meses decorridos deste ano já é maior que todo 2012 e também 2011, até então o melhor da história em produção. No comparativo mensal, as 289,6 mil unidades de novembro representam retração de 8% com relação ao mesmo mês de 2012 e de 10,7% sobre outubro de 2013.
Outro recorde foi registrado na produção de máquinas agrícolas. De janeiro a novembro foram produzidas 94 mil unidades – primeira vez que a casa dos 90 mil foi ultrapassada –, alta de 20,7% contra as 77,9 mil de igual período de 2012. Só no mês de novembro foram produzidas 8,3 mil máquinas, acréscimo de 21% ante as 6,9 do mesmo mês de 2012 e decréscimo de 16,2% com relação as 9,9 mil de outubro deste ano.
Luiz Moan Yabiku Junior, presidente da Anfavea, reforça os três pilares responsáveis pelos expressivos resultados de produção: “O estímulo à produção nacional gerado pelo Inovar-Auto, o forte desempenho do setor de agronegócios e as exportações são fatores que sustentam o crescimento recorde da produção brasileira”.
Nas exportações, o acumulado está 29,4% superior a 2012, quando se defrontam as 522,9 mil deste ano com as 404 mil do ano passado. As 45,2 mil unidades que deixaram o País em novembro de 2013 significam aumento de 23,9% contra mesmo mês do ano anterior e queda de 12,7% com relação a outubro passado.
O segmento de máquinas agrícolas também registrou recuo tanto na comparação mensal quanto na acumulada. Em novembro foram exportadas 1,5 mil unidades, baixa de 18,1% e 11,7% frente as 1,8 mil de 2012 e 1,7 mil de outubro de 2013. E as 14,6 mil máquinas até novembro recuaram 5,1% ante as 15,4 mil de período semelhante de 2012.
Vendas e licenciamento
Nas vendas internas de máquinas agrícolas faltam apenas 3 mil unidades para que 2013 passe as 80 mil unidades comercializadas em 1976 e se torne o melhor ano da história: já são 77,2 mil máquinas de janeiro a novembro deste ano, alta de 19,9% sobre as 64,4 mil dos onze primeiros meses de 2012. Em novembro, as 6 mil unidades vendidas mostram acréscimo de 2,4% sobre novembro do ano passado e retração de 17,6% contra outubro deste ano.
Já o licenciamento de autoveículos em novembro, com dois dias úteis a menos, ficou 2,8% abaixo do registrado no mesmo mês de 2012 – foram 302,9 mil unidades comercializadas neste ano e 311,8 mil no ano passado. O acumulado de 2013, com 3,41 milhões de unidades, está 0,8% menor que 2012, que em igual período já marcava 3,44 milhões.
Na visão de Luiz Moan Yabiku Junior, “o resultado de 2013 será, no mínimo, o segundo melhor ano da história em licenciamento, mas será preciso esperar o desempenho de dezembro para saber se este ano ainda poderá superar 2012”. O executivo crê que alguns fatores podem contribuir para o desempenho do último mês do ano:
“A elevação do IPI a partir de janeiro, conforme já sinalizou o Ministro da Fazenda Guido Mantega, elevará os preços dos veículos. Além disso, é importante lembrar também que a incorporação de equipamentos de segurança em todos os automóveis e comerciais leves, além dos aumentos de custos de produção, poderão representar acréscimo nos preços. Em porcentuais decididos por cada montadora”.
IPI
Segundo dados da Anfavea, cada ponto percentual da alíquota do IPI representa diretamente em aumento de 1,1% no preço do veículo (veja gráfico anexo). Portanto, para tomar como exemplo, caso as taxas do imposto para um automóvel de até 1.000 cc retornem ao seu patamar original a partir de janeiro – o que significa saltar de 2% para 7% - um veículo nestas características pode ficar 5,6% mais caro.
A entidade atualizou ainda suas estimativas de geração de impostos com a redução do IPI, que agora indicam superávit em âmbito federal, estadual e municipal. O Governo Federal deixou de arrecadar R$ 4,9 bilhões desde que a redução do IPI entrou em vigor, em maio de 2012, mas arrecadou R$ 5,0 bilhões com PIS/COFINS. Nas esferas estaduais e municipais, com o IPVA e ICMS, a geração de impostos foi R$ 6,6 bilhões maior.