Mercado reduz projeção para o IPCA em 2013

Os analistas de mercado reduziram, pela terceira semana consecutiva, suas expectativas para a inflação deste ano e, desta vez, também cortaram suas projeções para 12 meses, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.

Os analistas de mercado reduziram, pela terceira semana consecutiva, suas expectativas para a inflação deste ano e, desta vez, também cortaram suas projeções para 12 meses, de acordo com o boletim Focus, do Banco Central.
 
A mediana das estimativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) em 2013 caiu de 5,82% para 5,81%, enquanto na leitura em 12 meses a projeção cedeu de 6,14% para 6,09%. Há um mês, essa estimativa era de 6,21%.
 
A expectativa para a inflação de novembro recuou um pouco, de 0,65% para 0,64%. Há um mês estava em 0,67%.
 
As novas projeções, provavelmente, não levam em conta o reajuste da gasolina pela Petrobras, anunciado na sexta-feira à noite. A estatal anunciou aumento de 4% nas refinarias. Se todo o reajuste for repassado ao consumidor, o impacto seria de 0,16 ponto percentual ao longo de 30 dias. Mas mesmo esse impacto deve permitir que o governo entregue uma inflação menor que a de 2012, de 5,84%, como tem prometido. O último reajuste de preços da gasolina entrou em vigor no dia 30 de janeiro e foi de 6,6% para o preço na refinaria. De lá até março, os preços ao consumidor (nos postos) acumularam aumento de 4,48% e depois começaram a recuar. Nunca chegaram, pelo IPCA, ao percentual máximo concedido na refinaria. 
 
Ainda segundo o Focus, os analistas de mercado mantiveram suas expectativas para a inflação em 5,92% para o próximo ano, mesmo com estimativa de taxa básica de juros em dois dígitos ao longo de todo o período.
 
Entre os analistas Top 5 o movimento foi o mesmo, a expectativa de inflação caiu para este ano e se manteve para 2014. A mediana de médio prazo para 2013 cedeu de 5,86% para 5,80% e para 2014 seguiu em 5,68%. Esses analistas, os que mais acertam as previsões no Focus, acreditam que a Selic subirá a 11% no próximo ano. 
 
A aposta para a Selic em 2014 também não mudou e está em 10,50%. Na quarta-feira passada (27), o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC elevou os juros básicos da economia de 9,50% para 10,0% ao ano. Assim, o mercado espera aumento de 0,50 ponto percentual ao longo do próximo ano.
 
Em relação ao PIB, os analistas consultados pelo BC mantiveram pela sexta seamana a perspectiva de crescimento de 2,50% em 2013, mas elevaram ligeiramente a projeção do ano que vem, de 2,10% para 2,11%, mas ainda abaixo da expectativa de um mês atrás, de 2,13%. 
 
As expectativas sobre o crescimento do PIB neste ano poderão ser confirmadas, ou não, nesta terça-feira (3), quando o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística informará o resultado do terceiro trimestre. Economistas consultados pelo Valor Data estimam queda de 0,3% sobre o segundo trimestre. 
 
A curiosidade sobre o PIB do ano passado também é grande, especialmente depois que a presidente Dilma Rousseff disse, em entrevista ao diário espanhol El País na semana passada, que o crescimento da economia seria revisado de 0,9% para 1,5%. O IBGE informará o número também amanhã. Diante da citação do número por Dilma, a Presidência se apressou em informar que a presidente falava de simulações feitas pelo Ministério da Fazenda. A revisão citada pela presidente, coincidentemente, é a mesma da matéria publicada pelo Valor em novembro. O texto dizia que a incorporação dos resultados da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) poderia elevar o PIB de 2012 a 1,5%.
 
Indústria
 
No Focus, os analistas reduziram a expectativa para a expansão da produção da indústria, de 1,70% para 1,69% em 2013. Para o próximo ano, esperam aumento de 2,50% na produção industrial, estimativa que foi mantida.
 
Por Ana Conceição/ Valor

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