Na semana em que o Comitê de Política Monetária (Copom), deve aumentar mais uma vez os juros básicos, os analistas revisam as suas apostas e esperam mais elevações no ano que vem. De acordo com o Focus, pesquisa semanal que o Banco Central faz com economistas das principais instituições financeiras do país, a expectativa é que a taxa básica de juros (Selic) subirá mais três vezes e chegará a 10,5% ao ano no fim de 2014.
Hoje, os juros estão em 9,5% ao ano. Os analistas esperam uma alta de 0,5 ponto percentual na quarta-feira (27). Para janeiro, aguardam um reajuste mais leve, de 0,25 ponto percentual. E, agora, de olho na resistência da inflação, os economistas projetam um aumento de mais 0,25 ponto percentual no final do ano que vem, na reunião de dezembro de 2014.
Segundo o levantamento do BC, a expectativa para a inflação no ano que vem subiu levemente de 5,91% para 5,92%. Já para este ano caiu de 5,84% para 5,82%. A meta tanto para 2013 quanto para 2014 é de 4,5% com uma tolerância de 2 pontos percentuais. Os economistas também fizeram um pequeno ajuste para baixo da projeção para 2013 a 5,82%, ante 5,84% na pesquisa anterior.
Pela segunda semana consecutiva, os analistas de mercado elevaram suas estimativas para a cotação do dólar em 2013, de R$ 2,27 para R$ 2,30. A aposta para o fim de 2014 seguiu em R$ 2,40 pela 12ª semana.
Expansão da economia
A projeção para o desempenho da economia brasileira - Produto Interno Bruto (PIB) - seguiu em 2,50% de crescimento em 2013 e em 2,10% de expansão no próximo ano.
Para a produção da indústria, mantiveram-se os avanços previstos anteriormente, de 1,70% e 2,50%, respectivamente. No caso do saldo em conta corrente, a perspectiva é de déficit de US$ 79,6 bilhões neste ano, contra US$ 79,55 bilhões projetados antes.
Para 2014, a estimativa é de déficit de US$ 71,5 bilhões, em vez de US$ 70,5 bilhões. Na sexta-feira passada, o Banco Central (BC) informou que o déficit em conta corrente foi de US$ 7,132 bilhões em outubro e de US$ 67,548 bilhões no ano.
Por Gabriela Valente e Sérgio Vieira/ O Globo