As encomendas para o fim de ano não foram suficientes para aumentar a produção industrial do Brasil — que caiu em setembro —, mas serviram para reduzir os estoques. Pela primeira vez, desde abril, o setor conseguiu reduzir as reservas e ajustar a oferta acumulada, aponta a pesquisa Sondagem Industrial, divulgada ontem pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). Sem excedente, finalmente a indústria poderá responder com o aumento da atividade, caso a demanda seja reaquecida.
“Após cinco meses com estoques em excesso, isso é uma boa notícia”, afirmou o economista da CNI Marcelo Azevedo. “O espaço para a recuperação industrial está aberto”, disse. A questão é que a procura não deve aumentar tão cedo, já que, historicamente, os meses de novembro a fevereiro são os mais fracos do ano para o setor, alertou o gerente executivo de Política Econômica da confederação, Flávio Castelo Branco.
Para a entidade, o setor ainda está longe de uma forte recuperação, mas o terceiro trimestre trouxe “indícios favoráveis”, como a alta da produção nos meses de julho e agosto. Em setembro, de acordo com Castelo Branco, a produção da indústria se “manteve estável”, com o indicador de evolução situado em 50,3 pontos, praticamente na linha divisória entre crescimento e queda.
O índice varia de zero a 100 pontos, sendo que valores acima de 50 representam um avanço de produção em relação ao mês anterior. Em agosto, a CNI registrou 52,7 pontos e, em setembro do ano passado, a leitura foi de 52,1 pontos. Ainda de acordo com a sondagem, o indicador de nível de emprego foi de 49,3 pontos no mês passado, ante 49,2 pontos em agosto e 48,5 no mesmo período do ano passado.
Por Simone Kafruni/ Correio Braziliense