Um cruzamento de dados feito por economistas da Confederação Nacional da Indústria (CNI) apresenta em números a perda da competitividade da indústria brasileira nos últimos anos. Entre 2006 e 2012, aumentou em 45,7% o custo com trabalho para se produzir uma mesma unidade de produto, em dólares. Aumentos reais do Custo Unitário do Trabalho significam que as empresas brasileiras estão ficando cada vez menos competitivas. Ou seja, quanto menor o custo para se produzir uma mesma unidade do produto, maior a competitividade da empresa ou do setor.
Entre 2001 e 2006, o custo acelerou em ritmo mais lento que o mais recente - a variação foi de 27,3% no período. Para calcular o Custo Unitário do Trabalho, são considerados as evoluções da produtividade do trabalho, dos salários, dos preços dos produtos industriais, e da taxa de câmbio.
A perda da competitividade nos últimos anos se deve à queda da produtividade do trabalho e ao baixo investimento feito pelas empresas, inclusive em inovação, segundo o gerente-executivo de Pesquisa e Competitividade da CNI, Renato da Fonseca. "Para ter um aumento de competitividade, o país depende da política de redução de custos que o governo vem implementando. Salários crescendo e custos elevados deixaram os empresários pouco confiantes, daí a importância da política de redução de custos, que poderá puxar os investimentos das empresas", afirma.
A diminuição dos custos de produção passa por mudanças no sistema tributário, redução da burocracia, melhoria da logística, entre outros esforços. Esses são alguns dos pilares que compõem o Mapa Estratégico da Indústria 2013-2022, documento construído em conjunto com mais de 500 representantes industriais para definir os dez fatores-chave que podem elevar a competitividade do Brasil na próxima década.
Segundo o documento, é essencial que o país invista em educação de qualidade e voltada para o mundo do trabalho; em um ambiente macroeconômico mais favorável aos negócios; em uma maior eficiência do Estado; em garantir o aumento da segurança jurídica e reduzir a burocracia; no desenvolvimento de mercados; em relações do trabalho mais modernas; em maior disponibilidade de financiamento; em melhoria da infraestrutura; em um regime de tributação mais justo; e em inovação para elevar a produtividade.
Por Mariana Flores/ Portal da Indústria