Sob intenso tiroteio da oposição, que acusa o governo de pôr em risco a estabilidade da economia, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse nesta segunda-feira (14) que o Executivo repassará, em 2014, menos recursos para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O objetivo a longo prazo, reforçou o chefe da pasta, é zerar os empréstimos do Tesouro Nacional ao banco de fomento.
“O governo ainda está definindo os parâmetros para 2014, mas o aporte será menor”, afirmou Mantega, após reunião com o presidente do BNDES, Luciano Coutinho. O ministro adiantou que, no próximo ano, a instituição ficará mais focada em projetos de infraestrutura e que, por conseguinte, disponibilizará menos recursos aos estados e municípios. Esses gestores terão, portanto, de recorrer a bancos privados ou a outras instituições públicas. “Não vamos aprovar mais programas de ajustes fiscais para os estados. Com isso, vai diminuir o aporte de recursos do BNDES por parte do Tesouro”, completou.
Mantega e Coutinho lembraram que a curva de repasses teve um pico de R$ 100 bilhões anuais após a crise de 2009, mas caiu consideravelmente ano a ano até chegar a R$ 20 bilhões nos primeiros nove meses de 2013. “A tendência é chegar a zero nos próximos anos”, reforçou o chefe da Fazenda. O presidente do BNDES ressaltou, porém, que, mesmo com o anúncio de queda nos repasses de recursos do Tesouro, o banco de fomento precisará de dinheiro para fechar 2013.
“O investimento (ainda) mostrará firmeza neste último trimestre”, disse Coutinho. O BNDES precisará de uma quantidade complementar ainda a ser avaliada. “No ano que vem, teremos foco nas linhas de investimento”, completou.