Pela primeira vez em 2013, o resultado acumulado no ano da balança comercial ficou no azul. De janeiro até a primeira semana de outubro, o saldo ficou positivo em US$ 246 milhões, resultado de exportações de US$ 183,7 bilhões e importações de US$ 183,5 bilhões. Até setembro, a balança registrava deficit de US$ 1,62 bilhão.
A virada ocorreu porque as exportações na primeira semana de outubro foram reforçadas com o embarque de uma plataforma de extração de petróleo e gás no valor de US$ 1,9 bilhão. Com isso, em apenas quatro dias úteis, a balança teve superávit de US$ 1,85 bilhão na semana passada. As exportações somaram US$ 6,07 bilhões e as importações, US$ 4,21 bilhões.
A média diária das vendas externas na primeira semana de outubro foi recorde semanal ao atingir US$ 1,52bilhão, o que significa um crescimento de 53, em relação à média diária em outubro de 2012 (US$ 989,2 milhões) . Segundo os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, a maior média diária havia sido na primeira semana de novembro de 2012, de US$ 1,31 bilhão.
As exportações de manufaturados subiram 119,5% em relação a outubro de 2012, em razão de plataforma para extração de petróleo e gás, motores e geradores, veículos de carga e automóveis. Os embarques de produtos básicos cresceram 24,2%, por causa, principalmente, de petróleo em bruto, soja em grão, minério de ferro, carne bovina e fumo em folhas. Por outro lado, tiveram redução de 25% as vendas de semimanufaturados puxadas por ferro fundido, óleo de soja em bruto, açúcar em bruto e ouro.
Nas importações, a média diária da primeira semana de outubro de 2013 foi de US$ 1,05 bilhão, 15,3% acima da média de outubro de 2012 (US$ 914,2 milhões). Aumentaram as compras no exterior, principalmente, de combustíveis e lubrificantes, eletroeletrônicos, siderúrgicos, químicos orgânicos e inorgânicos e borracha e obras.
A balança comercial brasileira já havia dados sinais de reação em setembro ao fechar com superavit de US$ 2,15 bilhões. O dólar mais alto e o melhor desempenho " da conta-petróleo ajudaram a reduzir o deficit acumulado no ano, embora o resultado de janeiro a setembro seja o pior para o período em 15 anos. O ministério não faz projeções, mas avalia que a balança fechará o ano com superavit. A previsão do Banco Central para 2013 é de saldo positivo de US$ 2 bilhões.
Por Renata Veríssimo/ O Estado de S. Paulo
