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A alta de 1,48% do Índice de Preços ao Produtor (IPP), na passagem de julho para agosto, foi impulsionada pela valorização do dólar frente ao real, afirmou o gerente do IPP, Alexandre Brandão, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Nesse período, segundo dados apresentados pelo IBGE, a moeda americana subiu 4%.
Entre julho e agosto, 22 das 23 atividades observadas pelo IPP tiveram alta de preços. Esse o maior número de segmentos em alta desde o início da série histórica, em janeiro de 2010. As maiores variações ocorreram em alimentos (3,15%), fumo (2,87%), outros equipamentos de transporte (2,86%) e calçados e artigos de couro.
"A desvalorização do real sempre tem impacto sobre o IPP. Por um lado, os produtos que vendemos em dólar, quando convertidos para o real, ficam mais caros. O outro impacto vem por meio das importações que deixam insumos, como o trigo e o couro, mais caros. Outros setores, com preços dolarizados, como fumo e celulose também são impactados", afirmou Brandão, acrescentando que os setores que tiveram as maiores altas sofreram forte impacto do dólar.
Brandão acrescenta que, entre julho e agosto, o câmbio também influenciou os preços de metalurgia (1,80%), outros produtos químicos (1,34%) e papel e celulose (1,18%).
No caso de alimentos, que teve a maior contribuição para a formação do IPP, com 0,63 ponto percentual, e já tem o maior peso no indicador (20,1%), o IBGE observou altas nos preços de tortas, bagaços, farelos e outros resíduos da extração de óleo de soja; sucos concentrados, farinha de trigo e carnes de bovinos.
"O mercado de soja foi impactado pelos problemas climáticos nos Estados Unidos, diminuindo a oferta americana. No mercado interno, o problema é a seca, que afeta o pasto. Então, a soja acaba sendo utilizada como alimentação de gado", afirmou ele.
O único setor que teve queda de preços, na passagem de julho para agosto, foi impressão, com baixa de 0,73%.
"É um setor que oscila muito, entre um mês e outro, em função de encomendas", afirmou o especialista do IBGE.
Por Diogo Martins/ Valor Econômico
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