A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de repetir a alta de 0,50 ponto porcentual da Selic e o conteúdo do comunicado da reunião de julho indicam que o Banco Central deverá manter a magnitude de elevação do juro básico em outubro,quando a taxa pode chegar a 9,5%. A análise foi feita ao Broadcast,serviço em tempo real da Agência Estado, pelo diretor de pesquisas para a América Latina da Nomura Securities, Tony Volpon.
Para Volpon, as próximas decisões do Copom serão influenciadas por vários fatores, sobretudo pelo câmbio. Ele projeta que a cotação do dólar ante o real deve fechar o ano a R$ 2,40 e que é provável que o BC aumente a Selic até novembro, de 9,5% para 9,75%, patamar em que a Selic ficaria estabilizada até o fim de 2014.
Posição semelhante tem o economista-chefe do Banco Fibra, Cristiano Oliveira, para quem o BC vai continua relevando a taxa básica de juros com o intuito de "ancorar as expectativas". "Acredito que o sinal foi contundente: o Copom vai continuar o ciclo de aperto monetário, pois quer que os canais de transmissão funcionem bem", destacou Oliveira. Segundo ele, o Fibra continua trabalhando com o cenário de uma taxa básica de juros de 9,75% ao ano no encerramento de 2013.
Já a LCA Consultores prevê uma taxa de 10% no fim do ano e afirmou, por meio de nota, que o BC "sugere que o ritmo de elevação da Selic tende a ser estendido até, pelo menos, a próxima reunião do Copom". De acordo coma consultoria, uma vez que o encontro teve desfecho em linha com a expectativa da LCA, não houve alterações de projeção. "Avaliamos que a taxa básica de juros será elevada a 10% ao ano, através de dois aumentos adicionais de 50 pontos (nas reuniões de 9 de outubro e 27 de novembro)."
Por Ricardo Leopoldo, Flavio Leonel e Márcio Rodrigues/ O Estado de S. Paulo