Indicadores divulgados nesta segunda-feira (29) apontam que indústria e consumidores iniciaram o segundo semestre com a confiança em baixa. A Fundação Getulio Vargas (FGV) mostrou que o índice de Confiança da indústria (ICI), caiu 4% em julho, ante junho, ao passar de 103,8 para 99,6 pontos, o menor nível desde julho de 2009 (95,7 pontos), com avaliação dos empresários industriais de que a situação atual do setor está ruim e que estão pessimistas com as perspectivas para os próximos meses.
Pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) veio a sinalização do Índice Nacional de Expectativa do Consumidor (Inec), que caiu 0,1% entre junho e julho, atingindo 110 pontos. A leve queda no Inec foi considerada estabilidade pela CNI. Nesse indicador, queda no índice representa aumento do pessimismo do consumidor.
Já dado referente a junho da Fecomercio-SP revelou que confiança do comerciante paulistano também caiu pelo terceiro mês consecutivo no mês passado, quando o índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec), que mede a expectativa no município de São Paulo, caiu 1,7%, para 114,9 pontos - em uma escala que varia de zero (pessimismo total) a 200 pontos (total otimismo).
Na Sondagem da Indústria de Transformação, da FGV, a queda expressiva na confiança dos setores de bens de capital e de bens de consumo duráveis em julho indica atividade mais fraca da indústria no segundo semestre, na avaliação de Aloísio Campelo, economista do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV). Para ele, os dados "sinalizam que a perda de fôlego da indústria [em geral] começa a virar desaceleração".
Um dos principais indicadores desse movimento, diz Campelo, foi a queda de confiança no setor de bens de capital. Entre os segmentos analisados, é o único que ainda mantém o índice de confiança (ICI) acima da média dos últimos 60 meses, em 101,8 pontos, mas começa a mostrar reversão da tendência de alta dos últimos meses.
Em julho, o ICI das empresas de bens de capital caiu 3,9%. No trimestre encerrado em julho, recuou 4,7% - mais até que a média da indústria de transformação, cujo índice baixou 4,4% no período. Campelo explica que os números do segmento são historicamente defasados em relação ao ciclo econômico. A decisão de investir geralmente responde à alta da confiança e da capacidade instalada.