O emprego na indústria brasileira registrou queda de 0,5% em maio, na comparação com abril, na série livre de influências sazonais, segundo levantamento divulgado nesta quarta-feira (10) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Essa foi a queda mais forte desde dezembro de 2009 (-0,6%).
Na comparação com maio do ano anterior, o emprego no setor fabril caiu 0,7% - o 20º recuo nesse tipo de comparação. No ano, o total do pessoal ocupado na indústria teve baixa de 0,8% e, nos últimos 12 meses, de 1,3%.
De acordo com a pesquisa, a região Nordeste, que registrou queda de 3,2% no emprego industrial, exerceu o principal impacto sobre a taxa de junho. Também tiveram destaques os resultados de São Paulo (-0,7%), Rio Grande do Sul (-1,9%), Bahia (-4,5%) e Pernambuco (-5,3%). Já a região Norte e Centro-Oeste (1,4%) e Santa Catarina (1,2%) registraram alta do indicador de emprego.
Na análise por setor, o total do pessoal ocupado assalariado caiu em 9 dos 18 ramos pesquisados, com destaque para os desempenhos negativos das indústrias de calçados e couro (-6,5%), máquinas e equipamentos (-3,3%), outros produtos da indústria de transformação (-4,4%), máquinas e aparelhos eletroeletrônicos e de comunicações (-3,5%), vestuário (-2,5%) e minerais não-metálicos (-2,2%).
Na contramão, exerceram impacto positivo sobre o emprego os setores de alimentos e bebidas (2,4%), borracha e plástico (2,7%), meios de transporte (0,7%) e produtos químicos (1,1%).
De janeiro a maio, o emprego industrial caiu em 10 dos 14 locais e em 12 dos 18 setores investigados. A região Nordeste, que mostrou queda de 4,4%, exerceu o maior impacto negativo no total da indústria, seguida por Rio Grande do Sul (-2,5%), Pernambuco (-8,1%), São Paulo (-0,5%), Bahia (-4,7%) e Espírito Santo (-4,0%).
As influências negativas com maior peso sobre a média nacional partiram de vestuário (-5,0%), calçados e couro (-5,5%), outros produtos da indústria de transformação (-4,3%), produtos têxteis (-4,1%), máquinas e equipamentos (-1,7%) e madeira (-5,2%), enquanto os setores de alimentos e bebidas (1,9%) e de borracha e plástica (2,9%) responderam pelas principais influências positivas.
Horas pagas
Em maio, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria caiu 0,7% sobre abril - o mais intenso desde abril de 2012 (-0,8%). Na comparação anual, o número de horas pagas caiu 0,1%. No ano, o indicador mostra queda de 1,0%. A taxa anualizada, índice acumulado nos últimos 12 meses, recuou 1,6% em maio.
Valor da folha de pagamento
Em maio, o valor da folha de pagamento dos trabalhadores da indústria avançou 1,7%, com destaque para a alta de 29,4% do setor extrativo, "impulsionado sobretudo pelo pagamento de participação nos lucros e resultados em importante empresa do setor". Sobre maio de 2012, os salários cresceram 5,8%. No índice acumulado nos cinco primeiros meses, o valor da folha de pagamento real na indústria avançou 2,8%. Nos últimos 12 meses, a alta acumulada é de 3,9%.