Os custos da construção civil aumentaram com mais força em junho, puxados por reajustes salariais que encareceram a mão de obra em algumas capitais, de acordo com a Fundação Getulio Vargas (FGV).
O Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M) registrou alta de 1,96% em junho, ante 1,24% em maio. Com esse resultado, o indicador acumula variação de 5,61% no ano e de 7,88% nos últimos 12 meses.
O custo da mão de obra subiu 3,24% em junho, após alta de 1,88% em maio. Essa aceleração ocorreu por causa dos reajustes salariais em consequência da data base em São Paulo e Brasília, capitais onde a inflação da mão de obra subiu de 3,45% para 6,18%, e de zero para 5,28%, respectivamente. Em 12 meses, o custo do trabalho na construção civil subiu 10,08%.
Já o índice relativo a materiais, equipamentos e serviços registrou elevação mais modesta, de 0,56% em maio para 0,58% em junho. A variação acumulada em 12 meses é de 5,55%.
O subíndice correspondente apenas a materiais e equipamentos registrou variação de 0,54%. No mês anterior, a taxa havia sido de 0,65%. A parcela relativa a serviços passou de uma taxa de 0,19%, em maio, para 0,71%, em junho. Neste grupo, a FGV destacou a aceleração do subgrupo vale transporte, cuja variação passou -0,40% para 2,24%.
Três capitais apresentaram aceleração no custo da construção: Brasília (de 0,22% para 2,86%), Porto Alegre (0,29% para 0,55%) e São Paulo (2,09% para 3,56%). Em contrapartida, Salvador (de 0,27% para 0,16%), Belo Horizonte (de 0,13% para 0,02%), Recife (0,17% para -0,04%) e Rio de Janeiro (2,44% para 0,38%) registraram desaceleração.
Índice de Confiança da Construção
Os empresários da construção civil seguem cautelosos com o cenário para o setor neste ano. O Índice de Confiança da Construção (ICST), da Fundação Getulio Vargas (FGV) registrou queda de 3,6% no trimestre móvel encerrado em junho, ante recuo de 6,6% naquele terminado em maio.
Apesar dessa melhora relativa, a FGV destaca que houve piora no índice quando a comparação é feita apenas entre os meses de 2013 e 2012. Neste caso, o indicador recuou 2,6% em abril ante o mesmo período do ano passado, em maio cedeu 3,4% e em junho caiu 4,8%. Os dados são da pesquisa “Sondagem da Construção”. “O indicador-síntese da sondagem sinaliza um nível de atividade econômica ainda bastante moderado para o setor no segundo trimestre de 2013”, diz a FGV, em nota.
A pesquisa mostra que o nível de satisfação com o presente, medido pelo índice de situação atual (ISA) da atividade ficou estável, passando de -7,1% no trimestre terminado em maio, para -7,2%, em junho. Das 702 empresas consultadas, 25,5% avaliaram a situação atual como boa, contra 31,9% no mesmo período de 2012; ao passo que 14,7% a consideraram ruim (contra 10,6%, em junho de 2012).
Na mesma comparação, houve melhora do índice de expectativas (IE), que passou de -1,9% para -0,6%. A proporção de empresas prevendo aumento na demanda no trimestre findo em junho foi de 35,1%, contra 34,3% no mesmo período em 2012, enquanto a parcela das que esperam redução foi de 5,9%, contra 6,0% em 2012.