A piora nas perspectivas para a economia brasileira verificada nas últimas semanas continua levando economistas a revisarem para cima suas estimativas parajuros e inflação, e para baixo as de crescimento da economia.
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) na pesquisa semanal Focus elevaram suas previsões para a taxa básica de juros (Selic) no fim deste ano de 8,75% para 9% ao ano.
Em relação à inflação, na visão dos analistas, o índice de preços ao consumidor medido pelo IBGE, que serve de meta para o BC, ficará em 5,83% neste ano, pouco acima dos 5,80% previstos napesquisa da semana anterior.
O BC diz trabalhar para que a inflação fique neste ano abaixo dos 5,84% verificados em 2012 e recue novamente em 2014. Para o próximo ano, a previsão dos analistas ouvidos pela instituição permaneceu nos mesmos 5,8% previstos na semana passada.
Além de preverem juros e inflação maiores, os economistas reduziram a previsão para o crescimento do PIB em 2013, de 2,53% para 2,49%. Para 2014, a estimativa de expansão segue em 3,20%.
Quando aumentou os juros pela última vez, em maio, o BC afirmou que essa decisão contribuiria para colocar a inflação em declínio e assegurar que essa tendência persista no próximo ano. No entanto, os mesmos analistas esperam ainda mais inflação neste ano, apesar do maior aperto nos juros, conduzido pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
Apesar da alta do dólar, houve piora na expectativa em relação ao comércio exterior para o Brasil. A estimativa de superávit na balança comercial em 2013 caiu de US$ 7,35 bilhões para US$ 6,55 bilhões. Para 2014, a projeção recuou de US$ 10 bilhões para US$ 9 bilhões.
Copom
A expectativa é de uma nova alta de 0,5 ponto por-centual na próxima reunião do Copom, marcada para 9 e 10 de julho. Comisso,a taxa passaria dos atuais 8% para 8,50% ao ano. No encontro seguinte, em agosto, os juros chegariam a 8,75% ao ano. Em outubro, a taxa subiria para 9%, patamar que seria mantido até o fim de 2014, de acordo as previsões coletadas pelo BC.
Entre os analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, no entanto, a previsão é de juros ainda mais altos. Para esses economistas, a estimativa para a taxa Selic no final dos dois anos subiu de 9,00% para 9,25% ao ano.
Por Eduardo Cucolo/ O Estado de S. Paulo