A Embraer e outros fabricantes de aviões confiam no crescimento das classes médias como um dos motores do dinamismo do tráfego aéreo. A expectativa das empresas é de que o mercado da aviação civil poderá dobrar em vinte anos. E com isso, pode ocorrer a entrega de 24 mil aparelhos entre 90 e 230 passageiros no período, de acordo com analistas.
"No Brasil, China e outros paises centenas de milhões de pessoas estão entrando na classe média e, na medida em que a riqueza do mundo vai sendo melhor distribuída, vai ter mais viajantes", diz Frederico Fleury Curado, presidente da Embraer. E, nesse cenário, ele estima que a companhia com aviões de porte como os da segunda geração, para mercados secundários, serão essenciais.
A Airbus também acha que o mercado deve muito a ascensão da classe média. David Prevor, diretor de previsões e estudos da companhia europeia, disse em entrevistas que em 2012 a classe média representava 30% da população mundial, e passará para 60% em vinte anos. Ela vai estagnar na Europa, nos EUA e na Rússia, enquanto vai conhecer uma enorme alta na Ásia-Pacífico, por exemplo. Pode passar de 745 milhões em 2012 para 3,4 bilhões de pessoas até 2031.
Todas essas pessoas vão participar ao aumento do tráfego internacional e criar demanda suplementar nas linhas domésticas. A expectativa é de a frota na América Latina passar de 1.280 para 3.790 aparelhos, até 2032.
A Airbus acredita que o mercado vai necessitar, sobretudo, dos aparelhos maiores, para abaixar custos. Mas os jatos de 3 mil pessoas ficarão para depois de 2050.
No Salão Aeronáutico de Le Bourget, a Airbus está em casa e chegou na frente em termos de encomendas este ano. No fim de maio, a companhia somava 517 encomendas ante 505 para Boeing. O objetivo de Airbus é de passar de 800 aparelho este ano. O salão este ano promete ser especialmente promissor. Poderá bater o recorde de encomendas de 425 firmes e 303 opções de 2007.