Economistas de instituições financeiras reduziram pela quarta vez consecutiva suas projeções para o crescimento da economia em 2013, ao mesmo tempo em que elevaram as estimativas para alta da taxa básica do juro, mostrou o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central nesta segunda-feira (10).
A pesquisa, publicada semanalmente, reúne previsões de cerca de cem instituições financeiras do país.
Analistas, que na semana passada previam um crescimento de, em média, 2,77% para a economia este ano, agora esperam que o PIB (Produto Interno Bruto) avance 2,53% em 2013. Para 2014, a previsão também caiu: a expectativa de crescimento agora é de 3,20% ante projeção de alta de 3,40%.
O Focus também revelou que economistas agora esperam uma alta maior da taxa básica do juro -- a Selic-- tanto em 2013 quanto em 2014. A projeção para o juro básico saiu de 8,50% ao ano na semana passada para 8,75% ao ano em ambos os períodos.
Em sua última reunião, o BC intensificou, em decisão unânime, o ritmo de alta dos juros diante do cenário de pressão inflacionária. A Selic foi elevada em 0,50 ponto percentual, para 8% ao ano. A ata da reunião encorajou apostas de analistas numa escalada mais agressiva da taxa por parte do BC.
Frente ao aumento das expectativas para a alta do juro, as perspectivas para a inflação ficaram inalteradas em relação à semana passada. Economistas mantiveram suas estimativas para o IPCA - índice oficial da inflação - em 5,80% tanto para 2013 quanto para 2014.
As projeções para a Selic influenciam diretamente a percepção do mercado sobre os rumos da inflação, já que uma taxa de juro maior coíbe o consumo, uma vez que o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo) fica mais caro. Com uma demanda menor, a alta dos preços tende a ceder.
Queda do PIB
O movimento de queda das estimativas para o PIB começou em meados de maio, quando economistas reduziram pela primeira vez em seis semanas sua previsão de alta de 3% da atividade econômica.
A divulgação de que a economia brasileira cresceu apenas 0,6% no primeiro trimestre decepcionou o mercado e fez com que as expectativas do Focus - que antes haviam registrado quedas mais moderadas, de 3% para 2,98% e 2,93% - recuassem com mais força para 2,77% na pesquisa da semana passada.