Montadoras pedem mais incentivos

A indústria automotiva promete intensificar de vez as suas parcerias com o governo e com a rede de autopeças para elevar a produção nacional e reverter o declínio das exportações.

A indústria automotiva promete intensificar de vez as suas parcerias com o governo e com a rede de autopeças para elevar a produção nacional e reverter o declínio das exportações. As montadoras também se comprometem a investir 60% a mais que a atual média, nos próximos cinco anos, para atingir as metas de maior eficiência energética e de incentivo à capacidade da engenharia brasileira de produzir inovação, conforme esperam os técnicos do Ministério do Desenvolvimento.

Para Luiz Moan Yabiku Júnior, presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), entidade que reúne as 28 empresas com produção em 55 unidades espalhadas pelo país, o grande desafio de sua gestão, que vai até abril de 2016, é a consolidação do novo regime automotivo (Inovar Auto). "Queremos que a indústria nacional aproveite o potencial do mercado doméstico e avance, oferecendo produtos atualizados tecnologicamente, menos poluentes e mais adequados ao gosto do cliente", explica.
 
Pesquisa
 
Segundo Moan, até 2017, serão investidos US$ 60 bilhões pelas empresas do setor, sendo que de US$ 12 bilhões a US$ 14 bilhões devem ser gastos com desenvolvimento, pesquisa e inovação. Além do Inova Auto, ele negocia com o Planalto a implantação de um Inova Peças, com estímulos à cadeia fornecedora, baseado em metas de qualidade e produtividade. "Não pode haver indústria automotiva forte sem indústria de autopeças forte", observa.
 
O presidente da Anfavea revelou ainda que os técnicos da associação estão elaborando uma proposta para os governos federal e estaduais voltada especificamente para as exportações de veículos, programa já batizado por ele de Exporta Auto. A ideia é compensar o peso da valorização cambial nos últimos anos com a retirada de impostos também exportados pelo setor. "Queremos voltar ao patamar de 1 milhão de unidades exportadas por ano, perdido desde 2005. No ano passado, não chegamos nem à metade daquele ano: vendemos 420 mil para outros países, número que tende a piorar se não fizermos nada", defende.