De acordo com a câmara setorial de máquinas rodoviárias da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o setor de máquinas para construção que pertence à chamada linha amarela, começou o ano bem, no entanto, nos últimos dois meses a situação piorou para estas empresas.
Segundo a gerente executiva da divisão, Glaucia Lara, a queda dos pedidos foi observada em março e abril e o faturamento não veio como o esperado.
Em março, o faturamento do setor de máquinas atingiu R$ 6,6 bilhões, alta de 22% sobre o mês anterior. Porém, na comparação anual, houve queda de 9,3%.
Já no acumulado de janeiro a março, aponta a Abimaq, a indústria de bens de capital mecânicos faturou R$ 17,1 bilhões, declínio de 11,5% em relação ao mesmo período do ano passado.
"Grande parte dessa queda se deve à desaceleração em países da Europa e nos EUA, destinos de 40% das nossas exportações", afirma Mario Bernardini, diretor de competitividade da Abimaq.
O nível de utilização da capacidade instalada (Nuci), que desde o final de 2011 vem apresentando quedas significativas, continua preocupando. Em março, o índice atingiu 71,5%, explica Bernardini.
"Não esperamos reversão do quadro do Nuci para este ano. Uma parte da casa, que corresponde às máquinas sob encomenda, não irá se recuperar ainda em 2013", diz o economista.
Bernardini afirma que cerca de 60% do faturamento do setor corresponde às vendas de máquinas seriadas, que dependem do financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Finame.
"Se esta linha de crédito persistir, podemos ter alta da utilização em máquinas seriadas até o final do ano", conclui.