Como resultado de um investimento de R$ 70 milhões, a BorgWarner inaugurou na terça-feira (9), em Itatiba (SP), uma nova fábrica com 20 mil metros quadrados de área construída, o dobro da anterior, em Campinas, onde estava desde 1975 e não tinha possibilidade de expansão.
Em cerca de um ano e meio a instalação foi projetada e construída. “A decisão foi anterior ao Inovar-Auto”, afirma o diretor-geral da companhia, Arnaldo Iezzi Júnior. As mudanças começaram em novembro. A conclusão ocorreu no início deste ano. Um trabalho da área de recursos humanos resultou, segundo Iezzi, na manutenção de 100% dos profissionais da companhia.
Com a nova unidade, a empresa estará apta a produzir anualmente 500 mil turbos e 500 mil sistemas Morse Tec (para acionamento de componentes por corrente). “Essa unidade vai suprir nossa demanda para toda a América Latina”, garante Iezzi. O executivo garante que, se necessário, a unidade já tem área disponível para ampliar essa produção sem a necessidade de uma nova fábrica em países vizinhos.
A unidade tem atualmente 458 funcionários: “Estamos inaugurando hoje uma primeira fase, mas pretendemos aumentar o número de funcionários”, afirma o presidente e CEO da BorgWarner, James Verrier. “Acreditamos que o Brasil deve seguir essa tendência (de aplicação de turbo em motores pequenos).”
Além da ampliação do espaço, a fábrica de Itatiba tem também como vantagem um centro dedicado a pesquisa e desenvolvimento: “Com ele ganhamos muito em agilidade. Podemos economizar vários meses numa validação”, garante Iezzi. Ele revela que a empresa já faz testes com propulsores turbinados com cilindrada a partir de 900 cc.
“Temos turbinas que equipam motores menores do que isso e podemos produzi-las aqui.” O diretor-geral da BorgWarner informa que a partir de 2015 os fabricantes brasileiros começarão a mostrar novos motores de baixa cilindrada e equipados com turbocompressores. A área de pesquisa e desenvolvimento tem quatro salas de testes para motores, seção de montagem de protótipos e outros equipamentos apropriados.
Embora a produção de turbos em larga escala para veículos leves ainda não tenha começado, a BorgWarner de Itatiba continua fornecendo esse equipamento para fabricantes de veículos a diesel como caminhões, ônibus, comerciais leves e picapes. A produção desse item não foi afetada durante o período de transição de fábricas.
“Somos líderes de mercado”, assegura Iezzi, que acredita num crescimento para esses veículos entre 10% e 15% este ano. Outro produto importante fornecido pela empresa são as embreagens viscosas utilizadas em sistemas de arrefecimento de veículos.
Busca mundial por eficiência energética
Durante a solenidade de inauguração, o diretor da IHS Automotive South America, Paulo Cardamone, expôs em números de diferentes mercados a busca pela redução de consumo e emissões vinculada à legislação. “Ninguém põe (nos automóveis) esse tipo de tecnologia se não for pressionado”, diz. Em sua apresentação, Cardamone revelou o quanto as leis têm conseguido reduzir as emissões pelo mundo.
O representante da IHS mostrou outras áreas em que a indústria brasileira de automóveis terá de evoluir, como na utilização de materiais recicláveis, redução de peso, melhorias aerodinâmicas e utilização de pneus de baixa resistência à rodagem, por exemplo. “O Infotainment também, porque sua demanda é cada vez maior.”
Por Mário Curcio/ Automotive Business