O contrato fechado ontem (27) pela Embraer e sua parceira Sierra Nevada Corporation com a Força Aérea dos Estados Unidos (Usaf), para fornecimento de 20 aeronaves Super Tucano, poderá alcançar no futuro a cifra de US$ 1 bilhão, com a encomenda de 50 aviões. O valor inicial é US$ 427,5 milhões.
O presidente da Embraer Defesa e Segurança, Luiz Carlos Aguiar, ressaltou a importância de vencer uma licitação no maior mercado de defesa do mundo. Para ele, a decisão deve gerar interesse pelo avião brasileiro em outros países com as mesmas necessidades. "Espero um aumento das vendas do Super Tucano." A Força Aérea americana nunca havia comprado um Super Tucano. O avião brasileiro está em operação há cerca de oito anos, com nove países executando missões com a aeronave.
Para a força aérea americana, uma das vantagens do Super Tucano é o custo benefício, segundo Aguiar. O país costuma operar com aeronaves muito mais caras. Um cálculo da Embraer estima que, ao parar de usar o F-16 nas operações no Afeganistão e passar a utilizar o Super Tucano, a força aérea americana conseguirá o retorno do investimento em três anos, numa conta que considera o mesmo número de horas de voo para os dois modelos.
Aguiar acredita que o acordo de colaboração entre a Embraer e a americana Boeing no segmento de sistema de
armas também ajudou a definir a escolha, embora seja difícil ter ideia do peso desse fator. Pelo acerto, a Boeing vai fornecer sistemas de integração de armamentos para o Super Tucano. O presidente da Embraer destacou o trabalho em parceria com a Sierra Nevada Corporation, responsável pelo apoio ao cliente.
Em Brasília, o ministro da Defesa, Celso Amorim, comunicou a presidente Dilma Rousseff sobre a vitória da Embraer. "É uma grande vitória para a indústria nacional, certamente vai abrir muitas novas portas para um projeto bem-sucedido que demonstrou ser exitoso no país e em outras partes do mundo", afirmou Amorim.
Por Sergio Lamucci e Sergio Léo/ Valor Econômico