As marcas de carros sem fábrica no Brasil começaram 2013 da mesma forma que encerraram o ano passado - ou seja, marcando queda expressiva nos emplacamentos. Em janeiro, os volumes tiveram redução de 24,2% na comparação com o desempenho de um ano antes, apesar do crescimento de 17,6% do mercado como um todo, que inclui os carros nacionais e as importações feitas pelas próprias montadoras instaladas no país.
Em relação a dezembro, a queda foi de 7,2%, informou a Abeiva, a entidade que representa importadores independentes de veículos e reúne marcas como Kia Motors, BMW e Audi, além de montadoras mais populares como as chinesas JAC Motors e Chery. No total, foram 8,6 mil carros vendidos no primeiro mês do ano - ou apenas 2,9% de todo o mercado de automóveis e comerciais leves.
O segmento caiu para um novo patamar de vendas após o governo definir, há mais de um ano, a sobretaxa de 30 pontos percentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados, com exceção daqueles vindos do Mercosul ou do México. Por isso, a Abeiva prevê o fechamento de 47 concessionárias e a eliminação de 2 mil postos de trabalho até o fim do ano.
Com o novo regime automotivo, contudo, houve uma flexibilização das regras e as importadoras passaram a ter cotas para trazer um volume limitado de veículos sem o imposto extra. Até agora, onze representantes de marcas importadas se habilitaram ao programa, mas isso ainda não se refletiu em aumento de vendas.
A Abeiva segue confiante numa recuperação e projeta um crescimento de aproximadamente 16% até dezembro. Ao apresentar os números de janeiro à imprensa, o vice-presidente da entidade, Marcel Visconde, disse que as cotas representam um "balão de oxigênio" para o seguir adiante após o aumento do IPI. "A única lamentação é que isso poderia ter sido feito um ano atrás", disse o executivo.
Por Eduardo Laguna/ Valor Econômico