por Claudio Bannwart    |   01/03/2023

A importância da segurança para a inovação no setor automotivo

Exclusiva

Os fabricantes de sistemas ou componentes originais (OEMs) automotivos estão trabalhando para entender melhor a jornada de mudança do cliente em relação a seus produtos e identificando oportunidades de crescimento por meio da integração digital em todas as áreas do negócio. O desafio está na execução, pois uma mudança tão profunda impacta todas as partes da indústria automotivas muda os rumos da área de Pesquisa e Desenvolvimento (P&D), enriquece a inovação de produtos e as experiências digitais e ainda amplia os modelos de parceria para chegar ao consumidor.   

No ano passado, a consultoria McKinsey divulgou recomendações aos CEOs de fabricantes e montadoras de automóveis para garantir o crescimento e a margem da próxima geração, conseguir a transformação do produto e reformular a organização e a estratégia para se adequar ao novo cenário de negócios.  Entre as ações estratégicas recomendadas se destacam a adoção da nuvem, e utilização de ferramentas avançadas, como analytics.

Os dados de um estudo do Netskope Threat Labs mostram que uma organização de manufatura média (de 500 a 2.000 usuários) usa 1.522 aplicações únicas, das quais 98% não são gerenciadas por equipes de TI. Esta porcentagem é maior que a média de outros setores. Nessa estatística, 113 aplicações distintas são usadas para carregar, criar, compartilhar ou armazenar dados.

A adoção da nuvem significa que não se pode mais proteger efetivamente a atividade e os dados de uma organização na nuvem usando appliances on premises.  Ao fazer isso, ignora-se a realidade atual de como as pessoas estão trabalhando, sua localização e a dos dados que estão sendo compartilhados.  De fato, uma pesquisa realizada no final de 2021 na Alemanha e Reino Unido, constatou que 99,5% dos líderes de TI britânicos e alemães estão criando projetos de rede e segurança para os próximos cinco anos. Cerca de 62% já iniciaram esses projetos ou planejam iniciá-los nos próximos 12 meses.   


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Assim como toda a inovação em curso no setor automotivo, a segurança e a transformação das redes para um modelo Secure Access Service Edge (SASE) nesta indústria traz as seguintes vantagens:

  • Quando a segurança é baseada na nuvem e centrada nos dados, os usuários e a localização dos dados não são mais fatores limitantes. Ambos podem ser protegidos independentemente da localização ou do dispositivo de acesso, permitindo que as empresas automotivas se beneficiem do trabalho híbrido e da fluidez geográfica;
  • Uma compreensão dos tipos de dados e do uso que se faz deles significa que as políticas podem ser projetadas de forma mais granular do que simplesmente permitir/bloquear. Isto significa que as equipes de segurança podem aceitar mais parcerias, aplicações de produtividade e compartilhamento colaborativo de dados, sem expor a propriedade intelectual ou informações comercialmente sensíveis a riscos indevidos;
  • Proteger os dados, não a aplicação, significa que a visibilidade da segurança não inclui apenas as aplicações sancionadas. Reconhece também os 98% de aplicações em nuvem não gerenciadas, evitando o conflito constante da busca por aprovações de segurança demoradas que podem levar meses até que uma aplicação seja considerada útil.  A arquitetura SASE também garante que os dados sejam protegidos onde quer que trafeguem no decorrer do processo produtivo; na nuvem, na web, ou em qualquer dispositivo;
  • Na primeira metade de 2022, 85,7% dos ataques reportados à manufatura foram de ransomware, crime cibernético onde o atacante exige um resgate financeiro em troca dos dados roubados.  No entanto, mesmo que a mitigação dos custos dos ataques seja deixada de lado, as empresas estão relatando uma economia de milhões de dólares com a adoção de SASE, pois observam benefícios em termos de custos por meio da consolidação de fornecedores e da integração da gestão tecnológica, bem como uma redução significativa nos custos de rede;
  • A experiência do usuário é melhorada significativamente, onde quer que o trabalho híbrido seja desempenhado pelos funcionários, sem comprometer uma rede obtusa, enviando tráfego de dados de e para locais apenas para fins de segurança;
  • As organizações têm muito mais controle sobre as jurisdições a que seus dados estão sujeitos, e têm a garantia de maior controle sobre a privacidade e a conformidade com a proteção de dados.

Embora o setor automotivo inicialmente tenha sido relutante em adotar a nuvem devido às preocupações com segurança e proteção de dados, hoje já podemos dizer que esta prática está superada. De fato, espera-se que o mercado específico da nuvem no setor automotivo alcance o valor de US$ 6 bilhões até 2027, impulsionado pela evolução dos “veículos conduzidos por software”. O software é, em essência, um sistema de organização e apresentação de dados, e como tal, o Veículo Definido pelo Software é um veículo construído a partir de dados. Seja olhando para o produto final, seja para os processos industriais e operacionais, os dados estão agora conduzindo a indústria automotiva. 

*Imagem de capa: Depositphotos

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Claudio Bannwart

Perfil do autor

Country manager Brasil da Netskope