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Renan Vargas | 30/03/2022
Notícias
Estamos no último mês do primeiro trimestre de 2022 e já temos sinais de que será mantida uma tendência que foi consolidada em 2021: empresas cada vez mais preocupadas com o meio ambiente e questões sustentáveis e sociais, tópicos que foram impulsionados com as métricas da agenda ESG e, por diversos motivos, com a pandemia.
Embora exista uma preocupação em todo o mercado com os desdobramentos da pandemia e as eleições presidenciais deste ano, não deve ser empecilho para vermos cada vez mais empresas e companhias anunciando projetos de logística reversa e gestão de resíduos. Tudo isso impulsiona a métrica ambiental do ESG dentro das corporações, assim como presenciamos em todo o ano de 2021.
No entanto, com o crescimento desses segmentos, em que a própria Política Nacional de Resíduos Sólidos já instituiu como meta a reciclagem de pelo menos 22% das embalagens colocadas no mercado, previsto em Lei desde 2010, se adaptar e passar a ter práticas mais sustentáveis deixou de ser algo novo.
Felizmente temos um número cada vez maior de empresas que já entenderam essa nova realidade. Por outro lado, vale alertar que as organizações que insistirem em não se enquadrar nesse cenário, ficarão para trás em todos os sentidos. Principalmente diante dos olhos dos seus próprios clientes. Sustentabilidade não é mais um assunto para poucas pessoas.
Tanto é verdade que o público brasileiro já enxerga o meio ambiente com prioridade maior do que o PIB (Produto Interno Bruto), conforme mostrou uma pesquisa conjunta do fundo de venture capital Atlântico com a empresa de análise estatística Atlas Intelligence.
A própria B3, principal medidor do mercado financeiro brasileiro, já conta com o índice Brasil ESG. Ou seja, se adequar ao ESG e às práticas sustentáveis é cada vez mais importante também na percepção dos investidores.
Outro estudo chamado “Uma Nova Economia para uma Nova Era: Elementos para a Construção de uma Economia Mais Eficiente e Resiliente para o Brasil” - realizado pela WRI Brasil, em parceria com especialistas de diversas instituições como a PUC-Rio, UFRJ, Ipea, Febraban, CEBDS e outros - reforça a importância de um olhar mais sustentável. Entre os dados desse documento está o de que o nosso país poderá gerar, até 2030, cerca de dois milhões de empregos e adicionar ao PIB nacional um valor de R$2,8 trilhões. Trata-se de uma cifra equivalente ao PIB de países como Argentina e Bélgica, caso os investimentos sejam, efetivamente, direcionados à economia verde.
Todos os dados mencionados acima reforçam que a melhor saída para as empresas e também para a economia nacional é apostar em um mercado mais sustentável e de harmonia por meio da reutilização da matéria prima.
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No Brasil já existem centenas de empresas que atuam neste campo, auxiliando as corporações a implementar essas novas vertentes. Mas não basta apenas buscar projetos sustentáveis, de logística reversa e gestão de resíduos para vender uma imagem de empresa preocupada com as questões ambientais. Ações efetivas de gestão de resíduos e logística reversa também são pontos fundamentais para a mensuração dos impactos que eles alcançados pelas empresas e assim haja índices avaliáveis dentro de todas as métricas exigidas pela B3 e pelo mercado internacional.
Há muito tempo que projetos como estes deixaram de ser tratados como uma novidade ou uma ação inovadora para o mercado. Realizar uma gestão adequada de seus resíduos gerados e implementar ações de logística reversa para o reaproveitamento dos materiais (que realmente funcionam!) se tornaram obrigações para todas as companhias!
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Renan Vargas
Cofundador e CCO da Trashin. Formado em Publicidade e Propaganda na Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), MBA Internacional em Gestão de Vendas na Fundação Getúlio Vargas (FGV); e Mestre em Gestão e Negócios pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e pela Université de Poitiers (França).
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