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Gabriela Pederneiras | 20/01/2021
Notícias
Recentemente o WhatsApp mandou aos seus usuários uma atualização polêmica sobre sua política de privacidade e o compartilhamento de dados com o Facebook — empresa dona do aplicativo de conversa. A princípio os usuários teriam até 8 de fevereiro para aceitar ou não os novos termos e caso a resposta fosse negativa, seriam impossibilitados de usar o app, tal prazo foi estendido até 15 de maio.
De acordo com a nova política, o WhatsApp poderia compartilhar com o Facebook dados como número do telefone, empresa de telefonia, informações sobre o aparelho (modelo, marca, número do IP), tempo de uso do aplicativo e foto de perfil dos usuários, além de informações sobre a carga de bateria do celular e identificadores do Messenger, Facebook e Instagram, para cruzar as informações entre todas as plataformas. Isso não significa que nenhum dos aplicativos pode ter acesso a conversas privadas entre as pessoas físicas, mas os novos termos flexibilizam essa questão para as contas comerciais.
Desde outubro de 2020, o Facebook anuncia seu plano de deixar as plataformas mais comerciais, a fim de abrir uma nova fonte de receita. Sendo assim, a empresa de tecnologia pretende criar um gerenciador próprio de conversas comerciais no WhatsApp. O que acontece hoje é que as empresas que usam o chat do WhatsApp Business precisam fazer o gerenciamento das conversas em aplicativos de terceiros, que são apenas certificados pelo Facebook.
Ao incorporar essa função em seu portfólio de serviços, o Facebook precisa ter acesso ao que é conversado no WhatsApp, por isso a flexibilização do compartilhamento de dados. Além disso, de acordo com o G1, tal mudança também permitiria que as informações captadas de conversas comerciais pudessem ser usadas nas segmentações de campanhas no Facebook e no Instagram.
Apesar da nova política de privacidade não afetar conversas particulares, ela está sob investigação dos órgãos competentes. O Procon-SP, por exemplo, notificou o Facebook sobre a atualização e deu o prazo de até 72 horas para a rede social explicar como o uso dos dados se enquadra na LGPD, em vigor desde setembro de 2020. De acordo com a lei, as informações dos titulares só podem ser usadas mediante a autorização explícita e se houver legítimo interesse da empresa em tais dados.
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