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Wendell Ramada | 09/06/2020
Notícias
Com um mercado cada vez mais competitivo, no qual novos players estão cada vez mais eficientes e as demandas por resultados não param de aumentar, é fundamental que as empresas busquem caminhos para levar suas equipes a um desempenho de excelência. Simultaneamente, em um mundo cada vez mais dinâmico e volátil é natural que os profissionais tenham de lidar com as mais diversas situações ao longo do seu dia.
Este cenário torna essencial que estes talentos busquem se tornar mais resilientes e é papel também da empresa oferecer a esses profissionais os meios necessários para que este aprendizado aconteça. Atualmente, é nítida a preocupação das empresas com a capacitação e desenvolvimento de seus colaboradores, enriquecendo o seu capital humano. Mas pouco se investiga se estes novos conhecimentos estão sendo realmente absorvidos pela equipe e integrados a seus comportamentos, de forma a direcionar a rotina profissional aos objetivos estabelecidos pela proposição inicial.
Pensando nisso, as áreas de gestão de pessoas, em parceria com empresas de treinamento, estão atuando para aprimorarem seus cursos internos, investindo em transmitir conhecimentos mais aprofundados por meio de treinamentos experienciais, vivências, dinâmicas de imersão e tudo de melhor que um curso isolado pode oferecer. Porém, se não colocado em prática todo esse conhecimento é desperdiçado.
Deliberando, chega-se à conclusão de que o melhor treinamento do mundo continuará a ser o exemplo do gestor. Somos seres programados e programáveis, pois o cérebro humano trabalha sob programação e condicionamento, principalmente sob a associação de imagem. E a forma de associação de imagem mais presente em nossa vida, desde o dia em que nascemos, é o que chamamos de espelhamento, que é trabalhado em uma técnica chamada Rapport, cujo intuito é criar laços e empatia com alguém. O princípio é basicamente o mesmo, mas o espelhamento abordado aqui, é muito maior e mais profundo que isso.
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Ao considerar, por exemplo, uma família com crianças, elas geralmente adotam comportamentos, trejeitos e até manias que os pais costumam ter, de forma quase natural. Claro que é possível dizer que a genética tem uma forte influência neste papel, mas não pode ser somente isto, caso contrário seriam verdadeiros robôs com comportamentos milimetricamente calculados. E, felizmente, não somos. Constata-se que os filhos observam os pais, por vezes conscientemente, mas em sua maioria de forma inconsciente, espelhando-os.
Com isto tudo em mente, trazendo para o mundo corporativo, principalmente nos países latinos, onde a cultura é naturalmente paternalista, fica o questionamento: qual é o impacto de um gestor no comportamento de um membro da sua equipe? E a resposta é que o impacto é total. Este espelhamento serve para qualquer exemplo de atividade ou desenvolvimento de habilidades, mas quando se fala em resiliência, este aspecto se torna ainda mais relevante, já que esta é uma das soft skills mais difíceis de se ensinar ou transmitir. A resiliência é uma das habilidades abstratas mais práticas que existem, o que a torna tão complexa. Portanto, a gestão resiliente é um grande atrativo e ao mesmo tempo um imenso desafio para aqueles que buscam a excelência na performance de suas equipes.
Mas o que fazer para ter uma equipe mais resilientes? Uma das respostas é simples: ter gestores mais resilientes. Afinal, antes de tudo, o gestor precisa ser, saber ou aprender a ser um profissional resiliente, colocando em prática esta habilidade, espelhando e em conjunto condicionando sua equipe. Ele precisa liderar e inspirar, assim como coordenar o trabalho, que consiste em estabelecer e organizar as atividades, sabendo reforçar e recompensar os esforços e acertos e redirecionar o que está equivocado ao caminho correto de forma eficaz.
Neste caso, a resiliência significa a habilidade que as pessoas possuem de se adaptar ou transpor as mudanças repentinas ou as situações de dificuldade e stress sem se submeter ou ceder às pressões e as adversidades. Resiliência significa elasticidade e na física é “a propriedade que alguns corpos apresentam de retornar à forma original depois de submetidos a uma deformação elástica.”
Ser resiliente é conseguir manter uma visão clara, mesmo diante de situações adversas, de stress, imprevistos ou pressão extrema, sabendo como lidar com elas. Isso se aplica não somente aos momentos e situações adversas, mas também no fato de conseguir manter o foco para o sucesso. Em outras palavras, profissionais resilientes são os “bons vencedores”, que não se enganam com o conforto ou brilho da vitória, mas usam as conquistas como pontos de inspiração, aprendizado e combustível para seus próximos passos e projetos.
Deseja ter uma equipe resiliente, forte diante das adversidades e consciente diante das vitórias? Seja você um líder resiliente. Este será o melhor treinamento e um dos melhores legados a deixar para os membros da equipe. Mostre no seu exemplo a calma em meio a tormenta, a visão acima dos problemas, a abstração e dissociação diante do cenário inicialmente apresentado.
Além disso, mantenha a humildade e a gratidão diante dos sucessos, lembrando-se sempre de compartilhar com a própria equipe e todos que contribuíram, para que seja perene e sustentável. Mas principalmente para que todos saibam que essa vitória, assim como a tormenta, é passageira, mas que o aprendizado e o crescimento farão parte da vida de todos e de suas respectivas trajetórias profissionais.
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