por Pablo Ricardo Amarante de Castro, M. Eng    |   23/08/2007

Sistemas gerenciadores de ferramentas

Existentes desde 1980, os sistemas especialistas são tidos como o recurso mais eficiente para conseguir controlar adequadamente o ferramental, principalmente pelo volume de informações relacionadas a estes itens.

Ambiente principal de um sistema de gerenciamento de ferramentas

Em média de 30 a 50 montagens são relacionadas por máquina, sendo que, em alguns casos podem chegar a 300. Os sistemas dedicados têm como diferencial cobrir a lacuna deixada no chão de fábrica das empresas pelos sistemas ERP (Enterprise Resource Planning). O gerenciamento de ferramentas computadorizado possibilita o controle das informações relacionadas às ferramentas e quando aplicado de forma integrada gera benefícios para diversos os departamentos que as criam e utilizam.

Setores beneficiados com o gerenciamento computadorizado de ferramentas

Planejamento de Processos/Engenharia Industrial:
É um dos principais usuários do sistema, através da elaboração folhas de preparação auxiliam na seleção de ferramentas e dos dispositivos conforme a peça a ser usinada. A equipe tem condições de consultar detalhes das ferramentas que possui e avaliando quais são as melhores, de menor custo ou maior disponibilidade.

Compras:
O sistema gera automaticamente as necessidades de reposição e as envia eletronicamente aos fornecedores. A falta de controle efetivo e a vasta oferta no mercado, levam as empresas a adquirirem uma grande variedade e quantidade de ferramentas. Muitos ainda acreditam que o preço deve ser o fator decisivo na definição de uma compra, principalmente quando o comprador não tem conhecimento técnico suficiente para levar em consideração aspectos como produtividade, qualidade e suporte técnico oferecidos pelo fornecedor de ferramentas. O sistema auxilia no acompanhamento o desempenho dos fornecedores.

Almoxarifado:
Certamente é um dos setores mais beneficiados, onde grandes melhorias são obtidas. O almoxarife torna-se capaz de localizar, a qualquer momento, onde está cada ferramenta. A implantação do sistema acaba sendo motivo para um trabalho de reorganização física, nova disposição de ferramentas e dispositivos, eliminação de documentos obsoletos e/ou controles manuscritos, identificação de locais de armazenagem, dinamização do processo de busca e seleção, controle de estoques e aquisições.


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Projeto:
O projetista pode conhecer as ferramentas, dispositivos de fixação outros elementos disponíveis na produção antes de elaborar o projeto. Com isto, poder evitar projetar detalhes nas peças que impliquem em aquisições de novas ferramentas. Partindo deste princípio, será possível ao almoxarife padronizar seu ferramental, sendo o projetista um grande colaborador no programa de redução de custos e estoques.

Preparação (presetting):
Faz a montagem das ferramentas conforme a folha de preparação (tool lay out), faz o presetting, envia os valores de correção para as máquinas-ferramentas. Todos estas atividades são apoiadas pelo sistema. Recebe as montagens, e as inspeciona gerando os relatórios de falhas que podem ser registrados em tempo real no sistema.

Produção:
É beneficiada através das informações sobre a utilização das ferramentas, como a instrução de preparação da máquina, da peça, da montagem e seus dados de corte. Cada máquina pode ser considerada um ponto de controle sobre a movimentação, o que motiva a uma organização de lay out dos locais de guarda junto a elas. Mas o fundamental é a eliminação das paradas de máquina por falta de ferramentas.

Relatos de situações existentes antes de implantar um sistema de gerenciamento de ferramentas mostram que:

  • O tempo de procura por uma ferramenta chegava a 45 minutos parando o trabalho;
  • A situação antiga era motivo de piada, dizia-se que nenhum avião estava pronto para voar até que o volume de papel utilizado no processo se igualasse ao peso do avião;
  • 25% do tempo no chão de fábrica era gasto procurando ferramentas;
  • 28% dos itens estão obsoletos (não usados em 2 anos) ou redundantes (vários itens para a mesma aplicação).
     

Os principais resultados obtidos foram:

  • Redução em 90% no tempo necessário para localizar uma ferramenta, pois o sistema passou a indicar exatamente onde ela está;
  • 75% de redução de ferramentas perdidas;
  • 40% de redução dos custos com ferramentas consumíveis;
  • 20% de redução dos custos com ferramentas reutilizáveis;
  • 20% de redução nos custos anuais médios de estoque de ferramentas;
  • Fornecimento just in time para as máquinas;
  • Aumento da utilização das máquinas;
  • Eliminação do papel;
  • Aumento da velocidade dos trabalhos;
  • Redução da variabilidade;
  • Melhoria do controle;
  • Comprador adquiriu Engineering Inteligence;
  • Itens redundantes passaram a ser facilmente identificado;
  • 10% dos itens cadastrados no novo sistema foram apagados após os 4 primeiros meses de  funcionamento;
  • Resultados de testes da Engenharia Avançada passaram a ser registrado no sistema;
  • Registra-se o feed back da produção.


O fato mais importante que vem sendo revelado por empresas que utilizam um sistema gerenciador de ferramentas são as economias obtidas (maiores que 20%) em compras de novas ferramentas e substanciais economias no tempo de produção e no planejamento do processo. Os sistemas de gerenciamento de ferramentas são uma das poucas tecnologias que dão bom retorno em troca de um pequeno investimento como já afirmaram alguns usuários que já tiveram esta experiência.

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.

Pablo Ricardo Amarante de Castro, M. Eng

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Adeptmec Softwares Ltda