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Ernesto Berg | 08/08/2016
Notícias
Conheça os 10 inimigos ocultos da tomada de decisão que podem acarretar consideráveis prejuízos pessoais, profissionais e organizacionais.
“O mundo está cheio de gente de talento que não sabe como deve pensar”, Voltaire
Toda decisão envolve riscos, alguns maiores, outros menores. Erros sempre poderão acontecer, por melhor que seja a metodologia e o processo de tomada de decisão. No entanto, as técnicas e instrumentos adequados reduzem consideravelmente as possibilidades de erros e falhas decisórias. Existem, contudo, inimigos ocultos na tomada de decisão que podem acarretar consideráveis prejuízos pessoais, profissionais e organizacionais, caso não sejam identificados, reconhecidos e eliminados.
Existem 10 erros mais comuns de tomada de decisão que podem ocasionar grandes dores de cabeça para quem é vítima deles.
1. Falta de sistematização
Quando você precisa tomar uma decisão importante, como mudar de emprego ou trocar o sistema operacional da empresa, você o faz “no peito e na raça”, ou analisa cada opção metodicamente? Tomar decisões pode ser algo estimulante mas, também, muito estressante. Sendo assim, a melhor maneira de lidar com essas emoções é utilizar uma abordagem objetiva e estruturada. Um processo lógico e ordenado pode ajudá-lo muito a planejar ações efetivas ordenadamente e superar elementos críticos que levam ao sucesso, reduzindo os “achismos” e a possibilidade de descuidar-se de fatores importantes.
2. Acreditar no “É ganhar ou perder”
Todos nós já passamos por situações em que temos a impressão de estar carregando o mundo nas costas, e uma decisão errada pode pôr tudo a perder. É o que acontece, por exemplo, quando vamos comprar um apartamento ou lançar um novo produto no mercado. Embora sejam decisões importantes, às vezes afunilamos nossa percepção e queremos ignorar como nos sentimos a respeito, desconsiderando o que poderia acontecer se tivermos tomado a decisão errada. Uma boa abordagem é pensar no que poderia acontecer de pior e reciclar nossa visão sobre os erros que poderão ocorrer. Na maioria das vezes o pior não acontece e, mesmo que as coisas possam sair erradas, existem formas de contorná-las e, sobretudo, você poderá colher preciosas lições provocadas pelo tropeço.
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3. Não levar em consideração as consequências da decisão
Muitas vezes pessoas tomam decisões que acham lógicas e coerentes, olhando o “aqui e agora”, mas esquecem de avaliar o quanto isso poderá afetar pessoas e circunstâncias ao seu redor, no futuro. Para proteger-se desse tipo de decisão a técnica da Árvore Decisória, por exemplo, é um ótimo instrumento que auxilia na elaboração de alternativas e permite calcular o impacto dos resultados.
4. Não ter um plano B
Mesmo um bom instrumento de tomada de decisão pode eventualmente falhar, caso não sejam consideradas todas as opções válidas. É aqui que erram muitos empresários, chefes e tomadores de decisão que não possuem um plano alternativo e apostam todas as fichas e todo o seu empenho numa única linha de ação. Quando, por algum motivo, há um desvio de rota, ou algo de inesperado ocorre, ficam à mercê das circunstâncias sem saber o que fazer, ou então, improvisam tentando salvar a situação. O plano B, que previne circunstâncias indesejáveis, ou possíveis desvios de rota. É o plano que poderá ser a salvação em momentos de dificuldades.
5. Acreditar em meros palpites
O palpite, quando simplesmente baseado em chutes ou suposições imaginárias, poderá fazer estragos maiores do que um concorrente. É bom prevenir-se contra essa atitude extremamente nociva em negócios. Entretanto, o palpite – alicerçado em observações detalhadas, em experiência de vida, em vivências anteriores de situações semelhantes, em bom senso e coerência – poderá ser efetivamente um bom caminho a seguir em determinadas circunstâncias. São dicas do subconsciente que tentam contribuir com sua parcela para a resolução de um problema ou indicação de um novo caminho a seguir. Bons empresários, executivos e gestores não desprezam esse auxílio, pois reconhecem seu valor. Entretanto, é preciso saber distinguir o verdadeiro palpite intuitivo dos chutes e “achismos” inconsequentes, ou a experiência poderá custar muito caro.
6. Excesso de autoconfiança
Muitos tornam-se autoconfiantes porque já passaram por circunstâncias semelhantes e acham que já conhecem tudo sobre a situação, bastando para isso tão somente repetir o que já sabem a respeito. Outros, poderão confiar em você porque adquiriu a reputação de “expert” e que seu julgamento e opinião são irrefutáveis. Isso poderá levar a atitudes de excesso de confiança que fará com que você ponha de lado fatos e situações importantes que não combinam com o seu modo de pensar, levando-o a cometer erros que poderiam ser evitados se tivesse analisado e pesado criteriosamente as informações existentes.
7. Não envolver as pessoas-chave
Decisões que afetam outras pessoas precisam necessariamente ter a participação das pessoas-chave. Suas experiências e informações afetarão diretamente a escolha e qualidade das decisões que serão tomadas, mesmo porque, muitas vezes, serão elas mesmas que implantarão essas decisões. O envolvimento das pessoas-chave fará com que elas sintam-se motivadas e comprometidas com todo o processo, garantindo seu apoio em todas as fases da operação.
8. Falta de comunicação
Embora pareça óbvio, sempre que forem tomadas decisões que afetam outras pessoas (as que não são chave) é essencial, não apenas, comunicá-las a respeito disso, como também fazê-lo no tempo certo, e da forma apropriada. Sem isso você corre o risco de dar origem a boatos e rumores desnecessários.
Pessoas impactadas pelas decisões devem saber o que vai acontecer, porque vai acontecer, como e quando ocorrerá. Poderá fazê-lo nas reuniões de comitês ou para público maior em salas apropriadas. Melhor ainda é envolvê-las no processo - mesmo que não sejam pessoas-chave – porque delas dependerá em grande parte o sucesso da operação. No caso da impossibilidade de adotar os mecanismos adequados de comunicação, resta ainda, a opção de enviar um e-mail explicativo a todos os que serão indiretamente afetados pelas medidas. A mensagem deveria necessariamente conter um resumo das decisões tomadas e dos resultados que disso advirão.
9. Procrastinação
A procrastinação é comum quando precisam ser tomadas decisões de grande relevância que, às vezes, assustam ou intimidam. A pessoa prefere, então, ocupar-se de coisas de menor importância, em vez de encarar a situação de frente, enquanto o tempo corre inexoravelmente. Procrastinadores frequentemente não sabem por onde começar e sentem-se intimidados quando precisam tomar decisões. Isso é facilmente administrável quando as tarefas são divididas em partes menores, aliviando a sensação de ter que fazer tudo de uma só vez.
10. Não admitir que errou
Ninguém gosta de admitir que cometeu um erro, ainda mais, quando você batalhou por aquilo ou envolveu-se emocional, financeira e profissionalmente na decisão. Surge então a tentativa de explicar, defender e racionalizar o erro. Decisões que implicam em riscos ou grandes mudanças sempre poderão incorrer em erros, e é preciso estar preparado psicológica e financeiramente para essas possibilidades antes de partir para a ação. Um erro, por maior que seja, não é o fim do mundo. É preciso saber encarar a situação, admitir a falha, aprender com os erros e reposicionar-se de forma positiva.
Steve Jobs o fundador da Apple, quando foi demitido da sua própria empresa, passou por momentos muito difíceis, segundo ele mesmo narrou. Quando fez uma análise de si mesmo, admitiu que cometeu vários erros e repensou sua forma de agir e trabalhar. Foi o que o fez dar a volta por cima, partir para novos campos de pesquisa, e anos depois a Apple reconduziu-o à liderança da empresa. Isto propiciou o lançamento de novos e revolucionários produtos, e um extraordinário crescimento da companhia que a projetou como a empresa de maior valor do mundo.
Independente dos erros mencionados, e outros mais que possam ser cometidos, a adoção de técnicas sistemáticas de tomada de decisão aumenta consideravelmente as chances de ser bem-sucedido em qualquer área organizacional, profissional ou pessoal.
*Texto extraído do livro “20 Métodos Imbatíveis Para Tomar Decisões Acertadas”, de Ernesto Artur Berg, Juruá Editora.
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Ernesto Berg
Consultor de empresas, professor, palestrante, articulista, autor de 15 livros, especialista em desenvolvimento organizacional, negociação, gestão do tempo, criatividade na tomada de decisão, administração de conflitos. Graduado em Administração e Sociologia, Pós-graduado em Administração pela FVG de Brasília. Foi executivo do Serpro em Curitiba e Brasília por 9 anos e consultor Senior da Alexander Proudfoot Company de São Paulo.
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