por Alcides Rocha    |   19/08/2015

Inovação e expansão para outros países: nova ótica da crise brasileira

Desde 2014 as notícias desanimadoras sobre desaceleração da economia, conflitos políticos, retração do PIB, alta da inflação e desvalorização da moeda nacional assolam os negócios no Brasil.

Ao invés de visualizarmos o cenário sob uma ótica pessimista é possível buscar em momentos turbulentos ações inovadoras que fazem diferença no desempenho da empresa. É natural que em momentos como o que o Brasil enfrenta, os dirigentes das empresas se retraiam em uma esfera protecionista e não vejam com bons olhos propostas ousadas de expansão.

Expansão? Sim, crescer pode ser uma alterativa positiva para uma empresa que não quer esperar ser levada pela onda de fatores que contribuem para a falência de tantas outras corporações no cenário econômico brasileiro, se houver um planejamento assertivo.

De acordo com levantamento da Serasa Experian, em julho, o número de requerimento de falências apresentou uma alta de 8,8% em relação ao mês anterior. No acumulado de sete meses de 2015, foram apresentados 971 requerimentos de falência, um aumento de 4,1% em relação ao mesmo período de 2014.

Talvez esse momento de turbulência seja o correto para diversificar a atuação da corporação e depender menos de um país instável com leis ultrapassadas e impostos altos e assim ultrapassar as fronteiras, ou seja, expandir a atuação para um outro país.

Para isso é preciso algumas medidas básicas, como, conhecer as regras e governança do outro país, estudar o mercado para atuar de forma eficiente e eficaz e implantar uma Governança Corporativa interna para analisar os riscos da inovação.

Não é tão simples expandir a atuação para um novo país, principalmente quando a imagem do Brasil está desgastada no que diz respeito a credibilidade e compliance, devido aos escândalos de corrupção, mas se a ação for planejada corretamente, o nível de caixa avaliado, o mercado consumidor e a adaptação dos produtos ou serviços forem projetados para a nova realidade pode ser um passo determinante para o desenvolvimento da empresa, pois o ambiente estável de outro país será positivo para a matriz brasileira.


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Movimento contrário

Compreender as regras, impostos e leis trabalhistas brasileiras sempre foi um desafio para investidores estrangeiros.

O atual cenário assusta quem está de fora assistindo a briga de poderes e incertezas políticas e econômicas, porém outros pontos devem ser levados em conta antes de excluir o Brasil como uma possibilidade de investimento, como, os desafios e oportunidades existentes no território verde-amarelo.

Nosso país tem vasta escassez de serviços de boa qualidade principalmente nas áreas de infraestrutura e tecnologia. Além disso, trata-se de um país com regras e com sistema político democrático.

Outro fator que deve ser levado em conta é que o Brasil é um país com 200 milhões de pessoas, 8 milhões de quilômetros quadrados e o maior país agricultável do mundo, ou seja, as oportunidades moram aqui e precisam ser lapidadas também por outras culturas.

Se olharmos sob a ótica da desvalorização da nossa moeda (real) este é o momento do estrangeiro quebrar as barreiras e se arriscar em nosso território.

Inovar é sempre importante e qualquer que seja o movimento, de entrada de uma empresa estrangeira ou a ida de uma nacional para o exterior, imprescindivelmente estude o mercado, conheça a governança e planeje tudo. A chance de sucesso será muito mais alta.

Ouse com estrutura e não se arrependerá!

O conteúdo e a opinião expressa neste artigo não representam a opinião do Grupo CIMM e são de responsabilidade do autor.
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Alcides Rocha

Perfil do autor

Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Planejamento Empresarial e Finanças, Alcides Rocha é especialista em Governança Corporativa e Presidente da Finance365. Com mais de 40 anos de experiência em gestão de empresas atuou como responsável de Governança Corporativa em instituições financeiras como, Banco Rendimentos S.A e Holdings, Union S.A – Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios, Banco Pine, Banco BMC, Banco Cooperativo do Brasil, Banco Credibanco S/A – associado ao Bank of New York e Banco Real.